RELACIONAMENTOS SOB O OLHAR DA ESPIRITUALIDADE – PARTE II

O trabalho paciente dos milênios transformou essas relações.

A mulher-mãe e o homem-pai deram acesso a novos sopros de renovação do espírito. Com base nas experiências sexuais, a tribo converteu-se na família, a taba no lar, a defesa armada cedeu ao direito, a floresta selvagem transformou-se na lavoura pacífica, a barbárie ergueu-se em civilização, o grito elevou-se ao cântico, e, estimulada pela força criadora do sexo, a coletividade humana avança, vagarosamente porém, para o supremo alvo do divino amor.

Desejo, posse, simpatia, carinho, devotamento, renúncia, sacrifício, constituem aspectos dessa jornada renovadora. Por vezes, a criatura demora-se anos, séculos, existências diversas de uma estação a outra. Raras individualidades conseguem manter-se no posto da simpatia, com o equilíbrio indispensável. Poucas se libertam da posse sem duelos cruéis com os monstros do egoísmo e do ciúme.

Assim como se submete o diamante ao disco do lapidário, para atingir o pedestal da beleza, assim também o instinto sexual, há que dobrar-se aos imperativos da responsabilidade, à disciplina e aos ditames da renúncia.

Estas conclusões, não nos devem induzir a programas de santificação compulsória no mundo carnal. Nenhum homem conseguiria negar a fase da evolução em que se encontra. A Natureza nos ampara sempre, tanto mais forte quanto mais decidido é o nosso propósito de progredir na direção do Bem Supremo.

Devido a incompreensão sexual, incontáveis crimes campeiam na Terra, determinando estranhos e perigosos processos de loucura, em toda parte.

Muitos obstinam-se a conservarem deprimentes estados psíquicos. O ciúme, a insatisfação, o desentendimento, a incontinência e a leviandade alastram terríveis fenômenos de desequilíbrio.